Madrugadas
Quisera eu apagar em mim a chama,
que em meu sangue se imiscui, e que me inflama,
e não querer pensar mais que tu existes…
Mas não consigo, pois meus olhos ficam tristes,
E assim me invade o calor doce da paixão,
enquanto a vida vai passando, e já não volta,
cada segundo que passou sem ilusão,
é um presente que nos entra pela porta.
Resta-me então bradar aos céus até ser dia,
por esta linda e viva luz que me alumia,
e que se sinta no meu peito essa razão,
do alivio do contacto do perdão.
Talvez pra ti possam ser águas já passadas,
mas para mim, sozinho nestas madrugadas,
sinto a presença desse amor que me domina,
e no barulho do silêncio que me assola,
só essa linda Luz que me ilumina,
e o nascer de um novo dia; me consola…
José Dimas
2011