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Flexibilidade
As pedras xistosas que cobrem o chão
Gemem água,
transpiram já o inverno que se aproxima…
Escapadas à pressa da Alma,
com medo da dor,
duas lágrimas escorrem pelo rosto,
e precipitam-se no vazio,
saltam no abismo,
e misturam-se no suor do xisto…
duas lágrimas escorrem pelo rosto,
e precipitam-se no vazio,
saltam no abismo,
e misturam-se no suor do xisto…
O rac..rac.. do bicho da madeira
nas traves do sobrado,
faz vibrar a teia de aranha,
suspensa por suaves fios de seda,
trémulos.
Resplandecem a captura da noite:
a luz das estrelas, que de viés,
penetra a telha de vidro!
Prende-se-me nele o pensamento,
na resistência de tão singela linha,
tão fina e tão forte,
capaz de resistir às intempéries,
frágil no singular,
flexível na teia,
forte na essência,
dobra, estica, mas raramente parte…
Que Mestre a teia de aranha…
Apetece-me agora procurar,
as lágrimas afogadas
no mar de suor do xisto,
para lhes dizer que estão perdoadas,
e que eu Simplesmente existo,
aceito a minha fragilidade,
tentando ser flexível,
faço os meus lutos,
e bebo na essência,
escutando o meu Coração.
É que eu aprendi,
que ser flexível, não significa
ser fraco…
José Dimas
2010
Devíamos todos, aceitar nossas fragilidades, fazer nossos lutos, perdoar nossas lágrimas; Saber que ser flexível, não significa ser fraco.
ResponderEliminarGostei muito Poeta! Parabéns!!!!
Beijos
Nya Meb