Os Amantes passaram e não viram nada...
Os aromas do vale inebriam os sentidos,
alecrim, rosmaninho, estevas e montrasto
fundem-se numa dança sensual,
Abarcando os amantes numa entrega total,
ao som das rãs dos grilos e das cigarras,
O aroma da partitura é tarde soalheira
dum Verão maduro, com cheiro a loendros
peras bravias e flor de laranjeira.
Imiscuindo-se no vale, o lago também se deleita,
chocalhando murmúrios nas margens cavadas
e marcando o ritmo da dança dos aromas.
Trina o rouxinol no carriço amarfanhado
que brota das águas,
Despertando peixes que tatuam a compasso,
círculos mágicos na pele do lago,
Nesta suave turbulência se espelha o sol
que desce pró outro lado da terra,
deixando atrás de si um mar de laranja,
e uma serenidade apaziguadora,
enquanto a penumbra se instala no vale.
Na relva só ficou o suor, e os gemidos mudos
de quem sabe amar.
Na plenitude da noite descem raios de luar
e o lago aquietado começa a brilhar,
Os milhões de estrelas estão todas ali
nas águas brilhantes, reflexos de Ti,
Abençoando a entrega na erva orvalhada,
onde os choupos crescem em busca de Luz,
e os aromas se misturam numa dança sensual.
Os amantes passaram e não viram nada...
Seguiram exaustos,
Levando com eles a entrega total.
José Dimas
2010
É uma entrega de causar "inveja". Muito bom Poeta!! Lindo!
ResponderEliminarBjs Nya