Como as raízes de um velho chaparro
rasgam a terra,
assim os relâmpagos rasgam as nuvens,
fecundando-as de chuva…
Ribombam trovões que nem desalmados,
Gemem de frio as papoilas
nos prados,
e ecoam-lhe nas mágoas os lamentos calados...
em brados o seu pranto,
a solidão da planície, abraça-o
com o seu manto,
funde-se com a sua solidão,
com o seu abandono,
mais parece um furacão…
Soam trovões dentro da sua Alma,
e a tempestade de emoções,
turva-lhe os sentidos…
Olha-a bem nos olhos,
sente-lhe os latidos, veste a sua pele,
rosnando-lhe aos ouvidos,
como se não tivesse medo da morte,
quando no corpo, fétidos
lhe purgam todos os poros,
Pestilentos… Suados…
Doídos…
As faíscas riscam o Astro,
iluminando as estrelas,
o mar de água que escorre dos céus,
ensopa-lhe a Alma,
e ele nem consegue vê-las…
Veste-se o seu corpo de lágrimas,
lavando-lhe os poros eriçados,
e fluem memórias,
de choros que não foram chorados…
De braços abertos,
punhos crispados,
lamenta-se aos Céus,
maldiz os seus fados,
maldiz os seus passos mal encaminhados,
mas toma contacto,
com aquilo que é,
um átomo apenas,
dos biliões de dezenas,
dos milhares de milhões
de coisas pequenas,
e que num Universo de coisas tamanhas,
ele faz parte do Todo
até ás entranhas…