Da queimada nasce o pão...
.
Meu Alentejo tão lindo!
Gosto de ti de Coração!
Já foste campos de trigo,
no celeiro da nação.
És terra vermelha queimada,
e da queimada nasce o pão…
Da queimada nasce o pão,
nasce a vida novamente,
enterrado pela mão,
do camponês experiente.
Com o pão vem a papoila,
o Palanco e os Saramagos,
pra dar mais força á semente,
precisam ser amputados,
pela mão das mondadeiras,
das lindas moças prendadas,
que alegremente mondando,
vão cantando desgarradas,
mergulhando nas espigas,
que aguardam ser desbravadas…
O sol pinta em tons doirados,
a semente abençoada,
e fica morena a ceifeira,
que de foice em punho, armada,
vai mutilando a seara,
em cadência acelerada.
Para trás fica o restolho,
fica a paisagem pelada,
á espera que venha o homem,
com um archote na mão,
pra cobrir de rubras chamas,
a terra que deu o pão,
que foi vermelha de sangue,
verde esperança até mais não,
e o amarelo torrado
foi laranja inflamado,
em toda a sua extensão…
Mas quando o fogo se for,
e a cinza cobrir o chão,
vem o aço e rasga-a toda,
remexe-lhe o Coração,
pra ser lançada a semente,
com carinho e pela mão,
do camponês experiente,
que vai semear o pão,
num reviver eminente,
em constante conexão.
Assim é e assim será,
sempre foi eternamente,
das cinzas renasce a vida,
desde a primeira semente!
José Dimas
2011
Gosto de ti de Coração!
Já foste campos de trigo,
no celeiro da nação.
És terra vermelha queimada,
e da queimada nasce o pão…
Da queimada nasce o pão,
nasce a vida novamente,
enterrado pela mão,
do camponês experiente.
Com o pão vem a papoila,
o Palanco e os Saramagos,
pra dar mais força á semente,
precisam ser amputados,
pela mão das mondadeiras,
das lindas moças prendadas,
que alegremente mondando,
vão cantando desgarradas,
mergulhando nas espigas,
que aguardam ser desbravadas…
O sol pinta em tons doirados,
a semente abençoada,
e fica morena a ceifeira,
que de foice em punho, armada,
vai mutilando a seara,
em cadência acelerada.
Para trás fica o restolho,
fica a paisagem pelada,
á espera que venha o homem,
com um archote na mão,
pra cobrir de rubras chamas,
a terra que deu o pão,
que foi vermelha de sangue,
verde esperança até mais não,
e o amarelo torrado
foi laranja inflamado,
em toda a sua extensão…
Mas quando o fogo se for,
e a cinza cobrir o chão,
vem o aço e rasga-a toda,
remexe-lhe o Coração,
pra ser lançada a semente,
com carinho e pela mão,
do camponês experiente,
que vai semear o pão,
num reviver eminente,
em constante conexão.
Assim é e assim será,
sempre foi eternamente,
das cinzas renasce a vida,
desde a primeira semente!
José Dimas
2011
Que Poema, meu querido!! Lindíssimo! Fiquei emocionada..
ResponderEliminarParabéns!!
Bjs Nya
Olá,
ResponderEliminarNa seara madura de amanhã
Sem fronteiras nem dono,
Há-de exitir a praga da milhã
A volúpia do sono
Da popoula vermelha e temporã,
E o alegre abandono
De uma cigarra vã.
Bindo-te com este poema de Miguel Torga porque tal com ele és um grande poeta da váz da terra...
Bjs
leia-se "brindo-te" e "vóz"
ResponderEliminar