O quarto sem teto
Conheço de cor estas paredes,
já escrevi nelas, tantas vidas,
tantos sonhos,
já me vi nelas milhares de vezes...
A cada palavra que escrevo,
a cada verso que nasce,
é mais um pouco de luz,
que salpica de lágrimas
as paredes do quarto,
sem portas,
sem janelas,
sem teto,
mas todo escrito,
a pinceladas de cansaço,
de noites brancas,
de pouca luz e muito silêncio...
Letra a letra,
palavra a palavra,
desenha-se mais uma vida,
no muro,
escorrendo sonhos, até ao teto
do quarto sem portas,
sem janelas,
e sem teto.
José Dimas
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