António Galvão "Saluquia à espera" |
Saluquia
Saluquia, Princesa formosa,
das terras de Al-Manijah,
cheirava a pétalas de rosa,
e o seu Deus era o Allah.
Esperava o apaixonado,
na torre do seu castelo,
era Brafma, o afortunado,
um Príncipe muito belo,
que vinha de terras distantes,
pra com ela se casar,
não contando que nos montes,
os Cristãos ia encontrar.
Grande luta se travou,
entre os Cristãos e a Mourama,
e ali Brafma se prostrou
ali se apagou a chama.
Ali se apagou a chama,
que no seu peito trazia,
viera cair na trama,
e no barro; frio; jazia.
Com roupas mouras trajadas,
as tropas cristãs entraram,
pelas portas escancaradas,
do castelo que atacaram.
Saluquia na sua torre,
tarde demais descobrira,
que não era o seu Amor,
que era tudo uma mentira.
Não vendo melhor solução,
com o castelo conquistado,
fechou as chaves na mão,
e foi ter com seu Amado.
Saltou de janela aberta,
Linda, pura, santa, e casta,
nos braços da morte certa,
que a vida lhe foi madrasta.
Ainda em noites de luar,
sempre que é Lua Cheia,
ouve-se Saluquia a chorar,
lá no cimo da ameia.
Chora pelo seu Amado,
que ainda espera ver chegar,
num lindo cavalo montado,
pra com ela se casar.
José Dimas
2011
Adoro essa lenda, lembro-me o dia em que ouvi essa história...fiquei emocionada.
ResponderEliminarBoa sorte para Salúquia!!!
O Poema está belíssimo.Parabéns, querido Poeta!
Beijos
Nya