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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Não quero escrever nas tuas folhas amarelas e mortas


Foto gentilmente cedida por Blogue Diário
Não quero escrever nas tuas folhas
amarelas e mortas.

Não quero escrever nas tuas folhas

amarelas e mortas

Quero escrever no verde dos teus brotos.

Quero sentir-te, acariciar os teus ramos,

abraçar o teu tronco,

Quero sentir o vento que te penetra renovando-se...

Não! Não quero escrever nas tuas folhas

amarelas e mortas.

Quero escrever com orvalho nas tuas flores,

e sentir na ponta do pincel a suavidade do veludo

das tuas pétalas.

Quero cantar às tuas raízes, embalá-las

no seu sono silencioso,

e quero que me mostres a beleza do mundo

do cimo da tua copa.



Quero ser como tu, quando for grande,

deixar para trás as cascas velhas, e crescer

na direcção da Luz,

com a serenidade das raízes bem cravadas na terra,

numa entrega perene.

Mas não quero escrever nas tuas folhas

amarelas e mortas.

Quero escrever na alvura do livro da vida

com palavras luminosas,

dessas que nascem todos os dias

com o pulsar do Coração.



José Dimas

2010

2 comentários:

  1. Adoro Poeta!!
    É muito significativo para mim!
    Beijos
    Nya MEB

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  2. Olá,
    existe um sentimento muito profundo expresso nesta escrita poética, deixarmo-nos ler desta forma é, só para quem tem esta arte.
    Parabéns és um grande artista da poesia, não és apenas poeta.
    Bjs

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